Queridos amigos,
não esperem um texto delicado, milimetricamente calculado/organizado, com palavras leves, flexíveis.
Não esperem palavras, não dessa vez.
O que temos aqui é a antipatia pulsando na carne.
O que temos aqui é a distribuição de ódio gratuito, até mesmo para vocês, a quem lhes dou meus afeto.
O que tento trasmitir-lhes é a minha imensa insatisfação por certas pessoas/atividades/acontecimentos, ou neste caso,
o que eu poderia chamar de "não acontecimento".
Começo então, descrevendo o meu enorme desafeto por essa modernidade e seus moderninhos.
O cabelo milimetricamente desgrenhado, pontas maiores que outras cuidadosamente planejadas para parecerem casuais.
As roupas tão cheias de bugigangas que mal conseguem se mexer na hora de executar os passos de dança criados e ensaiados
como únicos e totalmente iguais aos demais que tomam conta da pista; sé é que podemos chamar aquilo de pista! meio metro
para cada transeunte chega a ser um exagero. Tudo isso para dançar as músicas igualmente ritmadas, onde só é possível saber
que terminou quando o DJ [ com um nome no mínimo peculiar afim de impressionar os olhos que passeiam pelos flyers
cuidadosamente produzidos ] parar de tocar e as luzes forem acesas.
O que aconteceu com Tom Zé, Elis, Chico Buarque, Toquinho, Vinícius e Tom Jobim com a sua Garota de Ipanema?
Quanto a esse último é mais fácil de explicar.
Está por aí sendo regravada numa versão a lá francesa por uma banda composta por quatro rapazes barbudos que cantam
as lamúrias da vida..
Quanto ao resto, estão nos Ipods, em ouvidos frequentadores de cafés [ com direito a Capuccino e Mojito ]
e livrarias [ Oh, Clarice Lispector, por que nascestes tu na Ucrania e viestes para cá nos atormentar? ] conversando sobre
a inexistência de Deus após conhecerem aquele famoso filósofo alemão que a tudo negava só pelo fato de ser ranzinza
demais para se desocupar com as questões triviais. [ Oh, Nietzsche, se soubesses tu que as tuas idéias brilhantes
cairiam sobre mentes vazias e obssessivas, garanto que jamais negarias a Deus e qualquer outra coisa para evitar
toda essa idolatria que tu sempre fez questão de criticar. Ironia, meu caro? ]
E quanto aos falsos ideólogos? Os socialistas que estão a essa hora atualizando o quesito "livros" no perfil do orkut com
o "Manifesto Comunista". Fico impressionada com o que a revolução virtual não é capaz de fazer.
Estão por aí desfilando com suas camisas de [cli]Che Guevara como se isso fosse mudar um milímetro do que eles dizem
ser errado. Se assim fosse, Che teria somente distribuído camisas para a população cubana.
Vejam vocês, meus caros, como tudo se tornou mais fácil, belo e um tanto nostálgico após ser fato consumado.
Vemos por aí camisas com frases do tipo "Morra Bush" ou "Odeio Muito Tudo Isso". Será que menos dia veremos por aí camisas
com a foto de Hugo Chávez estampada com o seu famoso "Al Carajo"?
Se, por ventura, algum dia eu fizer algo memóravel, proibo desde agora que sejam produzidas camisas sobre mim.
Grandes feitos, provavelmente, custam sono, cérebro e sangue. Proíbo desde já que todo esse fardo seja transformado
em moda primavera/verão e que issto vire capital e vá parar nas mãos de outrem, mesmo e até inclusive se for filho meu.
Odeio a vida desperdiçada do Jack, pelo fato de não ser apenas um Jack ou dois, mas sim, Pedros, Antônios, Anas, Carolinas
e odeio ainda mais o fato de não existir um Tyler Durden para cada um de nós, ou, nosso Tyler está adormecido?
Será que somos capazes de despertá-los? Será que precisamos nós de uma Marla Singer?
Também gostaria de falar sobre a minha decepção para com os pseudo-intelectuais, aqueles que dizem gostar de filosofia,
que amam o pensamento, mas que não conseguem tê-lo sem a ajuda da maconha. De que vale pensar em algo que não é
espontâneo? Cá entre nós amigos, será que eles se orgulham daquilo que eu posso chamar de "pensamento induzido"?
POR: FABIANA BACELAR VILLANI (Bibi)
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
ah vida real, como é que eu troco de canal?
já que dizem,
não tenho abrigo, brigo comigo mesmo.
sem metade de minha parte, não há mais o alguém que aparte este conflito, nem aflito estou mais.
vivo num clipe sem nexo, num conflito interno (sic).
vício, virtude ou amor, chame do jeito que quiser, é um presente que eu te dou.
sinta a dor, abrace-a, descarte-a.
me descarte, me devolva ao baralho.
diga adeus, ou não diga nada.
não tenho abrigo, brigo comigo mesmo.
sem metade de minha parte, não há mais o alguém que aparte este conflito, nem aflito estou mais.
vivo num clipe sem nexo, num conflito interno (sic).
vício, virtude ou amor, chame do jeito que quiser, é um presente que eu te dou.
sinta a dor, abrace-a, descarte-a.
me descarte, me devolva ao baralho.
diga adeus, ou não diga nada.
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