quinta-feira, 30 de outubro de 2008

das cores

talvez da idéia bonita
talvez da dúvida
ou mesmo a certeza que há na triste figura
além das cores
as cores dos arcos e das flechas
que partem o coração do pobre sujeito
perdem o tom e partem pra casa.
é muito mais dificil acreditar
quando não há nada mais para se crer
para ver
e para amar.
pra falar a verdade
ainda sobra o tom e o som.


ainda há cores para se contar
e cores para nos contar histórias dos seus
aromas
amoras
e
amores.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

cemitério das palavras perdidas III

cai a noite no cemitério das palvras perdidas, e as estantes carregam o cheiro da poeira, neblinando o que elas querem contar.



quando as palavras perdidas quiserem falar-te algo, pare para ouvir.


é noite, é tododiassim
o sol aquece, e a tarde cai em desgraça.
ser assim, espalhando e refazendo, fazendo.


mesmo à noite, sem compromisso.

cemitério das palavras perdidas II

olhe mais a fundo.



nos retalhos de tal sombra, o vento formava a silhueta dos meus amigos, feitos de papel e tinta. as manchas de tinta tão suave... é a chave de um mundo, incompreensível, onde eu vejo a luz, vejo as minhas ruas (que ainda sempre me perco), vejo o mistério das pessoas. a chave me abria um mundo sem fim, salvo deste caos, de dias turvos, entorpecidos, iguais a tantos que andam loucos, iguais a loucos que ainda andam, iguais a santos que andam loucos de satisfação.


vi os retalhos de minhas histórias mais uma vez.
mais do que gostaria de lembrar.


e ainda é só o começo,
ainda é cedo.

domingo, 19 de outubro de 2008

cemitério das palavras perdidas I

o cemitério das palavras perdidas é a cidade dos malditos.
vi os retalhos das minhas histórias mais de 3 vezes.
vi a abstração da vid.amor.te mais do que gostaria de lembrar.
ainda não garanto que eu vivi.




isso é só o começo.

domingo, 12 de outubro de 2008

as horas

e naquele inverno todos viram o que há de inverso. -"verão o outono outrora"-, dizia o senhor de mais de 100 anos de solidão.
as horas que passavam, ora era o que não conheciam, ora era a sinceridade de algum lugar fora do mundo.
entre tantos outros, quem orava, tinha tempo de chegar ao fim.
mas não passava de castigo.
nunca, pois era antigo, relógio passado,
nunca,
porque nem sempre.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

todoeuassim

eu sou assim:
ser espalhado, aquecido, refeito.
tododiassim.
com adição, condição e condução.
quando te espero aqui, te vejo tão pura, nua, hora que está mais bem vestida.
me espalhando na parede do quarto.
me aquecendo como o calor do sol na noite inteira.
me recriando de qualquer maneira.