domingo, 24 de agosto de 2008

noite circense.

quando chover, lembre da cor dos olhos.
corre o que correr.
mas corra!
quando a música penar a alma penada, para de tocar.
é tanta chuva.
e a mãe já dizia pra não sair quando água vinha.
'xô' ver quanta chuva tem...
do alto da ladeira, lá deixo meu corpo se atirar.
mas não atire minh'amora, nem à tire de mim.
a velha à toa, atordoada, ri de mim do nada, e eu nado sobre o rio desta aguaceira.
noite serena.
noite circense, sem senso, sem sensores, sem censura.
cem por cento de nada.
e na lona rasgada, fim de chuva.
fim de palco.
sei de cór, que não tem mais cor.
a água levou tudo.
mas já tem um tom.
já tem um som.
do alto da ladeira, lá deixo meu corpo se atirar.
fico leve, mas não leve minh'amora!
e a velha à toa, atordoada, ri de mim do nada, e eu nado sobre o rio desta aguaceira.
e a chuva nunca para de cantar.

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