quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

nem nós dois I

e quando pensara nunca mais encontrá-la, eis que ela me vem no susto, neste jeitinho manso que me fez amar luisa.
a chuva caía devagar.
no quarto, ela que caía em cima de mim com um desespero de meses sem nossos abraços. não houve tentação maior do que o momento de afeto vivido naquela hora.

incrível é que nossa música nunca parou de tocar.
nem nós dois.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

diga adeus ou não diga nada

acabara de sair do nosso café e não sabia se o que ficou foi eu ou o silêncio. as últimas palavras que ouvira a mandava voltar.
luisa queria saber o que era, se era ou se foi.
engraçado como as coisas são, o que ficou foi o sorriso azul mais bonito.
luisa voltou e a noite se fez nesse azul, meu azul que eu desenhei.
o mais bonito azul que se pode ver lá do alto.

-se luisa era, não sei. mas ela se foi comigo e com a noite. a noite que eu fiz, e que fez o resto dos meus dias, porque amanhã não diremos adeus, vamos à Deus.-
luisa foi a noite que eu brinquei.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

domingo, 29 de novembro de 2009

pequena, a noite e eu

no meio da noite pude ver luisa acordar no quarto escuro e passando a noite em claro.
a surpresa nos meus olhos será eterna.
o grito doce e suave dos seus segredos sórdidos.
o roçar dos nossos lábios.
pequena abria seu mundo para mim.
eu te abraçava com toda a força em cada frame do nosso amor.
nunca a vi tão bem vestida,
tão cheia de brilho,
tão nua.
mas por favor, só me permita.
sempre.

domingo, 15 de novembro de 2009

o maior espetáculo da terra I

a música começou a tocar.
sóbria pequena com seus olhos ressacados
não deixou sair pois vinha água.
"xô" ver se vai chorar são pedro
"xô" ver quanta chuva vem
do alto do morro vejo meu mundo desaguar
não atiro minha pequena, nem a tiro de mim.
a velha que assiste ao espetáculo ri de mim do nada
e eu nado sobre o rio dessa aguaceira
pequena e eu sentimos o aroma dos nossos vários amores.
cheiro de amora
a noite cai serena
sem senso nem censura.
é noite circense
a lona rasgada anuncia o fim da tragédia de pedro
na onda do vento o palco recomeça
pequena desce rua abaixo
e eu morro.
do alto da ladeira o mundo não deságua mais
fico leve e levo pequena
mas a chuva nunca para de cantar.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

passa-tempo passatempo tempopassa I

todos os caminhos que fazemos na vida são trilhados a fim de sermos um pouco mais amados.
estou indo ver o sol se por e, acordar vendo o sol nascer.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

diário de bordo I

- o ônibus passa e, embarcamos na primeira viagem que mudaria o resto de nossas vidas -.


"desculpa". jamais vi tal sorriso tão lindo e sincero.
06:00 a.m, meus pés nem sentiram a pisada que mais parecia uma pluma. respondo com um sorriso.

nunca pensei que a veria assim, tão de perto. talvez eu pudesse conversar com ela, talvez eu pudesse dizê-la como vejo seus olhos de sono, mas o que eu deveria fazer? não queria atrapalhar sua leitura. poderia confessar que andaria metade do mundo para sentar ao teu lado, como estou agora.
____
o tempo passa e a gente fica. engraçado como me levei neste dia. nas horas que me sobraram, ela já estava dentro de mim e virávamos do avesso.

meu amor, eu fazia o melhor para você. e você pra mim.

e assim foi o nosso primeiro encontro: num ônibus, uma palavra e milhões de desejos libidinosos na minha cabeça.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

don't burn the day

então éramos eu, você e nada mais, dançando de olhos fechados. o engraçado é que sonhei que nunca teria para mim a garota dos meus sonhos. mas ninguém no mundo poderia ter suas risadas azuis e tristes. somente eu. de qualquer jeito, somente o amor abrirá nossos olhos e nos fará muito mais do que poderíamos ser.
-não desperdice o dia-
talvez o rumo da nossa dança fosse lembrando nossos melhores dias nos parques e praças. não havia porque nos preocupar com o que não podemos ver. o tempo é curto e há momentos ruins. mas tudo bem, apenas procure o amor dentro deles.
-não desperdice o dia, nem nossa única vida-

domingo, 30 de agosto de 2009

a última sessão de cinema

- lembra daquele filme que assistimos no cinema? acho que o nome era "my blueberry nights".
de mãos dadas, atravessamos aquele mar de gente da outra fila, de um outro filme e, entramos na nossa sala. tinha apenas um casal nas primeiras fileiras, aquele velho que fazia barulho com a pipoca e o lanterninha. confesso que até hoje não sei o porque daquele seu impulso de puxar minhas mãos e começar a dançar quando tocou "the greatest" enquanto te explicava tudo o que (acho que) aprendi com woody allen e sua annie hall.
quando acabou o filme, beijou meus lábios e disse que nunca se esqueceria destas imagens.
não sei ainda se entendo os episódios de gilmores girls e friends. sentimentos, cafés, cinemas e "i'll be there for you"?
agora pego nossa foto, coloco embaixo do travesseiro e tento sonhar com este dia. lembrarei que talvez sempre seremos estranhos, mas, que foram amantes. e também de como é estranho como o tempo segue em frente.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

my little blue stories

quando me vi, estava assistindo em todos os lugares a vida das pessoas. de onde elas são? pra onde queriam ir e não vão mais? se para elas a vida continua na mesma reta, para mim as vejo como meus herois. livremente, quaisquer das linhas que tracei para cada vida poderá ser seguida em minhas pequenas histórias.

e ainda há muitas histórias para se contar.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

a cor do amor?

acorda, amor.
não cabia a mim questionar a cor do amor. talvez da ideia bonita, talvez da dúvida, da dádiva, da vida. então eu andei até não haver mais nada para parar. eu estava sempre procurando uma resposta, sempre procurando uma folga. fez-se noite e caímos com a chuva. daqui de baixo é tão mais bonito quando a foto muda mas fica a moldura. o que não sei é se estou olhando pra baixo ou pra cima. a terra é tão redonda que não sei das horas que faz a vida passar ou das voltas que o mundo dá.
ela acorda, atravessa a rua e ignora os traços daquela tarde gris. neste mesmo dia, o céu ficara pequeno pra nós dois. esse mundo gira, a flor cai de acordo com o céu. da cor azul, da cor do amor.

sábado, 8 de agosto de 2009

if i had it all

se eu tivesse tudo ou todo o tempo do mundo, o mundo não teria tempo pra mim, porque eu iria querer ficar no espaço entre as nossas risadas, conversas e abraços.
"vai chover hoje?" se pudesse chover todos os dias, eu nunca iria cessar.
as horas vão parar e eu não terei cansado de ser o mesmo livros numa página nova. toda página seria um acordar de novo.
mas se eu fosse um gigante, mas se eu tivesse tudo, a chuva nunca ia parar de cantar. eu teria pelo menos um pedacinho de você, de mim e de nós.
mas se eu tivesse tudo, eu estragaria tudo. com certeza.

terça-feira, 28 de julho de 2009

i thought i saw your face today

foi ela quem me seguiu. juro!
eu atravessava a rua quando caí. o impacto deve ter sido forte, pois abri os olhos e clara me surge: sempre linda, sempre mágica, tanto que parou o trânsito, me levando pra casa.
ah! e sempre impiedosa.
era mão na camisa, mão no rosto, rosto na parede. fizemos como já feito, mas éramos apenas dois amantes errantes chorando um no ombro do outro.
"o que posso fazer, se o outro coração se recusa a ser meu?"-disse clara, antes de me jogar-
cruzei meus dedos e fui direto para os abraços e beijos de luisa. pedi para que ela não fosse.
esperei muito tempo para achar o que é luisa e eu não vou esperar mais, porque sei que fui feito para ela.
e quando eu disser que eu te amo, pequena, vais dizer que me ama também. e quando eu te pedir pra ser minha, meu amor, vais me dizer que sou seu. isso não é segredo, então não há motivo para guardar.

acho que vi seu rosto hoje. não consegui dormir, mas consegui me apaixonar de novo. deve ser o modo de Deus dizer: "Eu existo."

domingo, 19 de julho de 2009

blue laughs.


quando entrei no céu de luisa, não havia mais dúvidas de que lá era o meu lugar. foi quando percebi que podia voar tododiassim, sendo dia, tarde ou noite. minhas asas, Pai, quem deu foi meu amor. e daqui do alto, posso ver por um olhar distante, os pedaços do paraíso: suas risadas azuis que fazem seu céu brilhar e me deixar bem maior que o sol.
e mesmo não havendo nem dúvidas quanto certezas, o que realmente importa é que, de algum modo, luisa é para sempre.

domingo, 5 de julho de 2009

that's why i am

era engraçado quando criança: o barco no fundo da praia não passava nunca. pra distrair, construía um castelo de areia. quando pronto, o barco já não estava lá pra ver. em dois minutos a onda destruía meu castelo, mas eu não me importava. talvez eu fosse doido demais, e rir bem alto fazia tudo passar.
à noite, na estrada, eu via a lua seguindo o carro. eu achava que um dia, o destino da viagem fosse para lá. e nunca deixei de sonhar com isso.
não podemos perder os sonhos dentro da cabeça, porque eles só estarão lá até nossa morte, amém.

girando o mundo, a última folha cai.

por isso, devemos procurar amor em todos os momentos, mesmo que ruins, e não desperdiçar a sua única vida. mesmo se nada der certo, ainda podemos desenhar um relógio no pulso para ser a hora que quisermos, e termos a chance de voltar pra fazer tudo outra vez.

terça-feira, 23 de junho de 2009

foi noite e eu brinquei

acabara de sair do nosso café e não sabia se o que ficou foi eu ou o silêncio. as últimas palavras que ouvira a mandava voltar.
luisa queria saber o que era, se era ou se foi.
engraçado como as coisas são, o que ficou foi o sorriso azul mais bonito.
luisa voltou e a noite se fez nesse azul, meu azul que eu desenhei.
o mais bonito azul que se pode ver lá do alto.

se luisa era, não sei. mas ela se foi comigo e com a noite. a noite que eu fiz, e que fez o resto dos meus dias, porque amanhã não diremos adeus, vamos à Deus.
luisa foi a noite que eu brinquei.

grama e sombra

foi assim:
a gente caminhava pela grama, nossas roupas eram as nossas sombras. então por que eu iria embora desse lugar?
era eu, você e todo os nós que desatamos.
as cores sempre tão bonitas, e ainda mais vivas quando as aproveitamos sabendo que vamos morrer amanhã. e mesmo que não aconteça, poderíamos ter as cores mais lindas amanhã? eu conseguiria te devolver todo esse amor que você me deu?
se o momento permitir, teremos a tarde inteira pela frente. com as cores de quaisquer tons, mas nunca desbotadas.
e a cada sol poente vou te amar mais e mais.
porque eu gosto de ficar aqui, e adoro ficar contigo, pequena.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

como começar. passo 1.

X: por favor, por favor, por favooor!
Y: quantos copos de café já tomou hoje?
X: nenhum(...)
Y: um pouco mais.
X: cinco... mas o seu é o melhor!
Y: você tem problema.
X: eu sei!

[dá o café]

Y: viciada!
X: anjo! você tem asas, meu bem.

por Gilmore Girls

sábado, 30 de maio de 2009

crash into me

eu virava a rua quando me mandaram voltar.
meus olhos, nesta altura ateus, só viam a silhueta de luisa, que me disse:
- vem, dá a mão e vamos sair pra ver nosso tempo passar.
foi quando descobri que há sim, momentos ruins, mas que sempre tudo fica bem quando achamos amor nele.
nas horas que passaram por mim, percebi que desperdiçar um dia é o maior desperdício da vida, que mesmo vaga é o único lugar onde podemos tudo.
peço pra luisa levantar sua saia para que eu possa conhecer o mundo, seu mundo, e, sem vestir nada, está tão bem vestida que lhe peço pra vir, e vir de encontro a mim.

pecadores pecam, mas vamos agora, e vamos brincar.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

dobrar a esquina.

eu nem sei porque importa tanto pra mim o modo como as coisas são.
talvez o importante seja se, mesmo que ocasionalmente, fizermos os corpos a nossa volta sentirem um pouco melhor. podemos inventar essas pessoas, podemos ser o que quiser, pois quando virarmos a esquina, todas as nossas experiências virão até nós, como um filme.

e quem vai dizer que isso não foi o que aconteceu?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

mim

pode ser que ser anti-social seja narcisismo.
ficar sozinho dançando comigo mesmo, exprimir quaisquer emoções em todos estes filmes e escrevendo pra ninguém, é, de fato o que me interessa mais.
talvez isto tudo seja falta de vontade para novas vidas, ou até mesmo medo do medo de me perder em alguém ou em qualquer lugar que fica na cabeça. que sejam as palavras, os sons, as letras ou falas. são os benditos frutos de mim e minha loucura. de tão louco, acho que sou são o bastante pra mudar.
e mesmo se isso não acontecer, eu simplesmente vou fazer tudo de novo.

domingo, 17 de maio de 2009

a carta dela

e ela me disse:

- amanhã vou-me embora, casei com o vento.
o que deixo contigo é o tempo que resta. ele estará sempre presente, e quando quiser, voltará ao passado onde a saudade deixa as lembranças sempre perdidas.
mas agora eu sou tão livre(...) e isto você nunca vai mudar.

infinidade

me perguntam se eu tenho a resposta para mim e para tudo.
- sim, mas eu nunca sei qual a pergunta.

quando me vi, minha cabeça estava num buraco, foi quando percebi uma completa contradição de caminhos.


e toda a inspiração sem fim, sem fim sem fim sem fim
sem fim sem fim sem fim
sem fim
fim

segunda-feira, 11 de maio de 2009

de mim.

o que eu mais gosto? correr atrás do aroma da vida: essa amora escondida no jardim. dos amores que colhi neste lindo tapete verde, cujo aroma é o da amora que deixei ir porque soube que ia ficar.
...e todas estas coisas malucas que penso gostar?
quando todos acham que devem correr atrás de quem deve ser, percebem que há dois tipos de amores: os que esgotam e os que nos esgotam.
os que esgotam sabem dos nossos limites, os que nos esgotam pensam que somos infinitos.
essa gente só quer saber quanto vão viver,
eu só quero viver.
abrir a janela da alma, e ser indiferente quando acordo e percebo ser o mesmo livro, mas em uma página nova.

domingo, 10 de maio de 2009

todoano.

todoano, quero me aquecer mais, me refazer mais, espalhar mais e ser mais.
tododia, quero tudo já dito, para atravessar o rio da vida e ver a noite mais linda que se possa ter. com a lua, o sol e eu, a tarde é só um hiato entre tudo. mas é a ligação e a essência.
acho que sou eu.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

inicio de um final feliz, I

não me leve a sério, me leva pro alto, onde há mil destinos.
como nos bons filmes, controle a sociedade remota que mora em mim, e me faça um final feliz.

terça-feira, 28 de abril de 2009

bendito o fruto de nossa tarde.

a gente ainda conversava naquela tarde que estava maravilhosa.
parecia uma viagem numa estrada reta. as únicas curvas que senti, foram as de luisa.
acho que paramos no tempo, o entardecer fez-se uma velha fotografia amarelada.
e nessa nossa vida de imagens e momentos que aprendi a amar luisa.

vamos para algum lugar nas horas vagas, e ficar em algum lugar fora do mundo, imundo, in memorian.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

espalhar.

uma vez, me aqueci com as palavras de alguém que espalhava o sol.
enquanto foi dia ou tarde, atravessei para algum lugar fora do mundo.
não tinha nada a perder, somos todos livres enquanto é claro.
(...) e a noite veio, viveu quem amou e o que sobra é a poesia de quem foi.


em retalhos, o tempo recicla as palavras perdidas de quem agora sonha.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

o tom que precede a conversa.

luisa me veio no susto, e assim que aprendi a amar.
queremos nos perder e fazer de nós tudo que se possa imaginar.
pois sejamos a conversa que queremos!
e o tom será da cor que nos abstrai e que me faz viver assim, nesse jeitinho veloz e cheio de receio.

amor (in)seguro.

só existe amor genuíno e repentino se no outro lado houver insegurança.
pois digo-lhes que maior insegurança é amar a dúvida.
mas arriscar faz bem, e faz viver.

e então eu fico aqui, com meu pé atrás do amor, mas a frente da vida.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

do que gosto (ou do que sou)

me gosta de escrever, crer e ver.
escrevendo, já estive com todos os amores, aromas e amoras do mundo.
já estive em todos os lugares que nunca imaginei.
este sou eu:
parado em qualquer lugar em movimento, faço o que sou e desfaço tudo de ruim.
em meu mundo não há limites.
em meu mundo, desenhamos um relógio no pulso e seremos sempre a hora que quisermos, oras.

this is how it works.

É assim que funciona:
Você é jovem até não ser mais.
Você ama até não amar mais.
Você tenta até não poder mais.
Você ri até chorar.
Você chora até rir.
E todo mundo deve respirar
Até o último suspiro.

E é assim que funciona:
Você procura dentro de você
Você pega as coisas que gosta
E tenta amar essas coisas que pegou
E então você pega todo esse amor que você fez
E crava em alguém
O coração de outro alguém
Bombeando o sangue de outro alguém.
E andando de braços dados
Você espera que isso não seja machucado,
Mas mesmo se isso acontecer
Você simplesmente vai fazer tudo de novo.

domingo, 29 de março de 2009

luisa, eu e as nuvens.

luisa e eu descobrimos que podemos ser o que fazemos, e o contrário.
podemos ser livres, e ao mesmo tempo presos um ao outro.
não temos nada a perder.
a gente dança no céu, nas nuvens e no pó de estrelas. assistimos de cima o nosso (pre)juízo final.
preparamos nosso próximo desfile e o que for.
refazemos nossa tarde e tudo o que quebramos.

a vida é nossa, e ainda vamos espalhar o otimismo que ainda sobrar. mesmo que seja noite.

a vida é nossa até o final.

domingo, 22 de março de 2009

as nuvens.

o plano era o seguinte: eu e luisa iríamos roubar as nuvens do céu para poder andar nas plumas bonitas de nós.





não satisfeita, luisa roubou meu amor.

sexta-feira, 20 de março de 2009

redesfazer e refazer e fazer e amar

parei pra pensar nas pessoas deixei pra trás
pessoas que deixei de ter quando tinha minha vida como ela era
sem qualquer previsão, me desfiz de todomundo que amava tododia.

tenho que rever minha vida como ela é
ou deveria ser
a hora certa vai chegar.

vou levar meu estado
assim, bem ao sabor do acaso, vou me levando.

vou levar assim, em retalhos
e as palavras sempre perdidas, juntas de mim.

que passam por aqui, e que não passam de ilusão.

quinta-feira, 19 de março de 2009

mundo-cão

eu hoje tive um sonho
era um quase mundo-cão
um lugar perfeito onde não se queimava livros
um lugar perfeito onde se queimava homens
as memórias faziam vidas
e vidas se refaziam em morte
sei que no fim, deixei um manuscrito que ainda quero ler
foram minhas memórias que foram junto da vida.
ainda bem que eu acordei.

e é nesse meu jeitinho cão vagabundo que me faço neste mundocão

domingo, 15 de março de 2009

tags da vida,

palavras, cores, coisas, aromas, amores, chocolate, frio, noite, árvores, viver, conversas, besteiras, tarde, praças, fotografias, filmes, livros, discos, amigos, beijos, abraços...
(...)a vida é tão bonita, né?

domingo, 8 de março de 2009

a saudade que vai, e a gente que fica,

a gente faz hora, faz fila, faz de tudo e faz de conta.
mas é demais, é humano demais!
há quem duvida da vida mas não revida.
pra ela foi noite cedo, e já havia brincado de tudo.

é muito mais difícil dizer adeus quando não há nada mais pra se dizer. então que vá à Deus.


para Maria Ângela,

vai lá, Bem, atrás de quem sustenta a eternidade


.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Clara, a Saudade e Eu.

clara nunca foi uma criança normal.
não tinha olhos de jaboticaba como em qualquer história. os seus, eram claros, azuis e elétricos.
nunca soube faroeste caboclo de cór.
mas nunca nunca era sempre.
a menina sempre quis fazer saudade. não sei onde ouviu ou viu isto, mas queria
(...)e de todo jeito.

era livre pra decidir. tinha o amor em suas mãos e as cartas na mesa.
não contente, fez-se liberdade e foi pra cidade.
a luz da metrópole cobria sua face.
- lá vem a cidade -
eu juro que clara disse isto duas vezes
- lá vem a cidade -

o mundo era agora da menina.
era um lugar sem lei. onde as bicicletas andavam sozinhas, e nós, desconstruíamos qualquer crime, pecado ou dúvida.
e esquecer não posso, dos nossos encontros e desencontros escritos certo por Deus em linhas tortas.
nossa vida não era contada por minutos, mas por momentos que ninguém me avisa que teria de lembrar.
a cidade vai, a cidade fica, e atravessamos o dia, a tarde e a noite.
não soube porquê clara não disse tchau, foi à Deus.
mudou de canal.

o resto? fez-se saudade.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

dos que existem

malditos os que sejam em pedaços.
pedaços de pouco que sobrou.
de retalhos, de raspas.
famintos por loucura.
são os que valem, que morrem.
de vontade, de desejo, de amor.
morrem de fome, alegando e algemando normalidade.
prendem o próprio mundo em si.
tão pequeno.
gosto dos que existem, que matam e que ainda tem a vida toda pra morrer.
dos que vivem em ruminanças
dos que escrevem na vida os próprios romances.
gosto dos que cercam a avenida sem deixar rastros.
e tocam o caminho do seu jogo, do seu modo.
sem dúvida.

gosto dos que vivem e que vivem.
sem nunca, sem mais, não mais.
nunca é sempre.

sina

às vezes, leio o resto. às vezes vejo o mundo como um filme.
o mundo é meu, e é igual a tudo na vida.
fico decepcionado comigo mesmo, meus planos fazem Deus rir.
disse-lhe uma vez que queria viver até os cem anos, até o final, ao passo, o Mesmo me respondeu: "pois abandone todas as coisas que fazem com que você queira viver até os cem anos."
ateu final.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

amor de abstração.

creio que se houver vida após a morte pedirei pra me deixar viver até o fim dos meus dias, depois da morte.
assim posso falar que a morte anda tão viva.
de tão viva, conheci Clara, com uma pele suave e propícia ao nome.
me apresentei, e logo vi um romance como velhos filmes de arte. claro! sentados, tomando café e conversando sobre a abstração do amor.
o amor é a abstração entre a vidamorte.
o amor é a distração de quem quer viver sabendo que vai levar uma moral.
acaba e temos o (pre)juízo final. dá pra perceber em quantas entrelinhas o amor entra na vida e na morte. não há como negar.
mas neguei. neguei pra Clara quando disse que nunca amei ninguém, que sou Narciso. como sou narciso, se sei nadar? mesmo sabendo, me afoguei em amores, aromas e rancores.
Clara me disse que ama amar. amei quando ouvi isto.
e aqui estamos: tomando o nosso 23º café no nosso 7 encontro desde o primeiro. gozando da virtude da vida: aprender a morrer, e compreender que amar está sempre na vida, na morte e em nós. abstraindo e sumindo. (viver é tabela)
não há nada de concreto entre a vida e a morte: só a abstração do amor e um pouquinho de sorte.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

II

o tempo corre contra.

A Solução
- desenho um relógio no pulso, sou a hora que eu quiser, oras! - disse o primeiro.


A Verdade
como a vida, todos são um. o ser humano tem mania de se multiplicar.

O Questionamento
- já é noite eu nem brinquei?!

é(...) vida que vai, vida que fica.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Já é noite e eu nem brinquei?!

início: na vida, há coisas que deixamos pra trás achando que estamos fazendo outro caminho, mas na verdade, estamos nos deixando pra trás.

a vida é tudo! é um.

dois: dos três, um é mal amado, outro mal pago e outro gosta de uma picanha mal passada. mas também é fodido na vida, no sentido literal. dizia que nunca é sempre. nunca, é sempre!

três quartos da vida dos três errantes já havia passado. vida mal passada. depressão pra sentir saudade do que não foi. pressão para pagar as contas e a indecisão.


os três tem uma coisa em comum.

se descobrem com a mesma doença: tempo correndo contra!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

coisas da vida II (ato falho)

a luz do poste não quer apagar. então que apague minha memória!
já sei de amanhã, mas amanhã posso não saber, eu que me faço, eu que me mando, e me mando pro posto 1, pro 4 e pro seis.
posso ir ao roxy, a cabrocha pode ir ao ensaio da sua escola, e o carioca tomar sua cerveja na lapa.

coisas da vida, e gente não sabe se vai ou se fica.

e na contramão, vou respirar com paciência.
ato falho, me faz gostar disso aqui.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

coisas da vida I

início: na vida, há coisas que deixamos pra trás achando que estamos fazendo outro caminho, mas na verdade, estamos nos deixando pra trás. a vida é tudo! é um.


assim falou eu. e tenho dito!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

e que as palavras estejam sempre perdidas!

era meia-noite quando me toquei: me encontrei, e para isto, estive perdido em mim.
voltei
a estrada é feita de perdição e palavras.
me restou a tentação.
digo que perdi as palavras para me encontrar.
e enquanto perdidas, se encontram para histórias e vidas.

e que as palavras estejam sempre perdidas!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

dezembro nem lembro!

a vida é minutada por quem duvida de nós e ao mesmo tempo por quem acredita na vida.
a vida é feita de vida, e em minutos some por segundos.
por isso, faz-me cantar!
feliz ano novo, ano todo, ano vivo.
ano leve, me leva pra minha pequena.
feliz ano nove!